segunda-feira, 27 de junho de 2011

Braga - despacho de Sérgio Barreiro, sobre a última obra de Medina Carreira

Porquê a prática persistente destas políticas desastradas de «despesas públicas» que «hipotecaram» o nosso futuro durante várias décadas e entregaram agora o essencial das escolhas colectivas às instituições internacionais que nos prestam socorro financei...ro? Desde logo e obviamente, pela leviandade e pela incompetência dos governos que nunca corrigiram este arriscado percurso. Mas, também, por acção deliberada dos partidos políticos da governação, na mira da conquista de votos. Ganhar eleições é um meio essencial para o acesso a empregos, negócios ou outras vantagens cobiçadas pelas «clientelas» partidárias. Ganhar eleições é, assim e hoje, a forma mais eficaz, mais rápida e menos exigente, quanto à qualidade do pessoal político, de aceder a um estatuto económico e social que de outro modo é impensável. Portugal assiste, portanto, a uma desavergonhada e perigosa perversão democrática, resultante da utilização das despesas públicas como instrumento preferencial do aliciamento de votantes, nos actos eleitorais. Sabem esses partidos que as vitórias nas eleições, nas actuais circunstâncias da nossa sociedade, são inviáveis se não forem feitas promessas ou dadas garantias aceitáveis aos membros do «Partido do Estado». Este é composto por cerca de seis milhões de cidadãos - funcinários, pensionistas, desempregrados, doentes e outros beneficiários de prestações públicas -, sem homogeneidade ideológica ou mesmo sem qualquer tendência partidária. A escolha eleitoral de muitos deles dependerá apenas da expectativa não negada de obtenção de um benefício económico e pessoal, ligado a um salário, a uma pensão, a um subsídio ou qualquer outro benefício.                 Ver mais

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