quarta-feira, 25 de abril de 2012

Braga - Despacho do Miro


Sugestão de leitura para o feriado do 25 de Abril

Em Lisboa arrancou a feira do Livro. Mas eu para os bracarenses deixo uma sugestão de leitura ficcional para o feriado, baseada num caso verídico que se passou numa unidade fabril da nossa cidade.
Bom feriado,
Miro
Quem pica o ponto, acrescenta um conto.
25 de Abril
Após vários pedidos (alguns desesperados), o autor decidiu presentear os seus leitores com mais uma história da fábrica. Desta feita, inspirada em factos verídicos.
Então é assim...
Corria a tarde tranquila de mais um dia de laboração na fábrica, ultimamente mais tranquila do que nunca por conta da falta de encomendas. A nossa heroína Dores num largo bocejo, quase a dar com a testa na máquina. A nossa heroína Eulália coçando o "fandango", como forma de quebrar a monotonia.
De repente, gera-se um enorme bulício nas restantes operárias da fábrica, que surpreende as nossas quase anestesiadas heroínas.EULÁLIA: Foda-se, que banzé vem a ser este? Será que esta merda está a pegar fogo?
MÁRIA DAS DORES: Ai minha Nossa Senhora do Sameiro nos acuda! Há fogo? Onde, onde?
E: Deixa-me lá ir ver, caralho! Que bicho terá mordido naquelas putas?
A nossa heroína Eulália ausenta-se momentaneamente do seu posto de trabalho, a fim de se inteirar da situação e poder resolver a ansiedade que vai tomando conta da nossa heroína Dores.
Passado pouco tempo, regressa com novidades frescas e sem um intento de disfarçar um sorriso de escárnio.
E: Oh caralho que me foda... Isto só visto que contado ninguém acredita.
M.D.: Mas afinal, que raio se passa aqui? A fábrica pegou mesmo fogo?
E: Qual fogo, qual caralho. Diz que está lá fora um corno de pistola em punho!
M.D.: Cruzes credo!
E: Descobriu que era encornado e espera que a mulher saia para ajustar contas.
M.D.: Mas se é apenas um corno que está lá fora, porque estão cá dentro tantas mulheres em pranto?
E: Oh filha da puta, estou a ver que vou ter de te fazer um desenho...
A situação permaneceu tensa até chegar o patrão a dar dois berros, ameaçando não pagar o salário e até se confirmar que afinal não havia corno nenhum de pistola em punho. Tudo não passara de um boato, um falso alarme.
E assim as operárias puderam abandonar a fábrica tranquilamente no final da jornada laboral. Mas não ganharam para o susto.
"O que tem isto a ver com o 25 de Abril?", perguntará o leitor espantado. A resposta do autor é: absolutamente nada.

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