O "chairman" da EDP, Eduardo Catroga, disse hoje que o Estado arrecadou 13,3 mil milhões com a venda da elétrica e que quaisquer contratos com eventuais elevadas margens de lucros só beneficiaram a entidade estatal.
Durante uma conferência na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, que terminou com uma troca de palavras intensa entre Catroga e o antigo ministro das Finanças Medina Carreira sobre a questão das rendas excessivas, o presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP disse que, quando Portugal “começou a vender a empresa, vendeu a empresa e vendeu o valor económico desses contratos”.
“O Estado neste momento já arrecadou uma receita da EDP, 13,3 mil milhões de euros por vender a EDP, [ou seja] 1,7 vezes o valor de bolsa atual. Portanto, se alguns destes contratos, mesmo por absurdo, tivessem alguma margem de lucro excessiva, quem beneficiou foi o Estado. Não é um problema nem da empresa, nem dos seus acionistas”, declarou Catroga, lembrando os compromissos assinados com os acionistas, pequenos ou grandes, no momento da venda.
Porém, Medina Carreira foi claro na resposta: “Acho que de gente séria era dizer aos chineses 'tinha que se mexer nisto, vamos rever o preço'. Isto é que é de gente séria. Impingem aquilo e não dizem aos chineses e vêm a correr com a credibilidade externa. Isto é uma burla”.
Catroga reconheceu não saber quem negociou com a China Three Gorges, que adquiriu recentemente 21,35 por cento da EDP, mas lembrou que o problema na questão contratual seria com todos os acionistas e não só com os chineses, uma vez que o Estado “vendeu o valor económico desses contratos”.
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