Reflexões da bola em Braga
Casimiro Canhoto
Amigo Farricoco,
Isto de ser adepto do Sporting de Braga
tem que se lhe diga...
Na década de 80 fomos ao Jamor
disputar a final com o lírico Quinito aos comandos, tendo enfardado
dos lagartos. Já anteriormente tivéramos outro vexame com a final
vendida aos andrades. Os adeptos não tiveram outro remédio que não
fosse afogar as frustrações bebendo nas muitas tascas que ainda
existiam na cidade. E muita mulher levou porrada do marido, sem ter
culpa alguma...
No resto da década de 80 e na de 90,
apanhávamos sol, vento e chuva no velhinho 1.º de Maio. Todos os
anos a mesma coisa: lutar para não descer até à última jornada.
Na última jornada, finalmente salvos, os sócios e adeptos davam
largas à alegria embebedando-se nas tascas, que ainda haviam algumas
na cidade. E muita esposa foi sovada, sem saber porquê...
Na viragem do milénio vários hábitos
se alteraram. Trocamos um estádio de pedra por um estádio numa
pedreira. Agora as frustrações são outras: ficamos às portas do
título, às portas de ganhar a taça da liga, às portas de ganhar a
Liga Europa. Sempre às portas, como se fôssemos testemunhas de
Jeová.
As tascas essas, agora contam-se pelos
dedos e mais ano menos ano fecham todas. Porque agora os adeptos
adquiriram hábitos burgueses. Já não se embebedam nas tascas, não!
Agora preferem as cervejarias da moda,
como aquela em S.ª Tecla, ou as casas de francesinhas. As malgas
esbeiçadas de tinto carrascão foram substituídas por canecas das
marcas comerciais de cerveja que patrocinam a liga e os clubes. O
chispe, a orelheira e a punheta de bacalhau foram substituídas por
iguarias mais refinadas. As mulheres agora já não levam porrada,
são vítimas inocentes de violência doméstica.
Mas a essência das coisas essa não
muda: a paixão pela bola e o gosto pela pinga.
Miro bebedolas assumido
E a sondagem ?
ResponderEliminarMuito bem, Miro bebedolas. Ficam sempre à porta. À porta do MM à espera que lhe comprem o terreno para a Academia do SC BRAGA. À porta do MÉLIA para impedir os sub empreiteiros de entrar e pedir o que lhes devem. À porta do aeroporto a aguardar as crianças da América Latina, julgando ter grande jogadores enquanto pagamos a "formação do Braga" com 440 000 euros anuais. À porta do estádio da luz, para negociar com Filipe Vieira as obras em Moçambique. À porta dos gabinetes de engenharia, para insultar os colaboradores e despedir sem qq mágoa. À porta do carro...pois não pode conduzir...sendo 3 vezes apanhado com execsso de velocidade e tendo ficado sem carta de condução!!! Que moral para apresentar "cidadania rodoviária! Vê-se mesmo que é mandado pelo Marketing...Resumindo: Tone Trolha, será sempre "trolha"
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