segunda-feira, 30 de abril de 2012

Braga - Reflexões do Miro Canhoto sobre a bola em Braga


Reflexões da bola em Braga

Casimiro Canhoto

Amigo Farricoco,



Isto de ser adepto do Sporting de Braga tem que se lhe diga...

Na década de 80 fomos ao Jamor disputar a final com o lírico Quinito aos comandos, tendo enfardado dos lagartos. Já anteriormente tivéramos outro vexame com a final vendida aos andrades. Os adeptos não tiveram outro remédio que não fosse afogar as frustrações bebendo nas muitas tascas que ainda existiam na cidade. E muita mulher levou porrada do marido, sem ter culpa alguma...

No resto da década de 80 e na de 90, apanhávamos sol, vento e chuva no velhinho 1.º de Maio. Todos os anos a mesma coisa: lutar para não descer até à última jornada. Na última jornada, finalmente salvos, os sócios e adeptos davam largas à alegria embebedando-se nas tascas, que ainda haviam algumas na cidade. E muita esposa foi sovada, sem saber porquê...

Na viragem do milénio vários hábitos se alteraram. Trocamos um estádio de pedra por um estádio numa pedreira. Agora as frustrações são outras: ficamos às portas do título, às portas de ganhar a taça da liga, às portas de ganhar a Liga Europa. Sempre às portas, como se fôssemos testemunhas de Jeová.

As tascas essas, agora contam-se pelos dedos e mais ano menos ano fecham todas. Porque agora os adeptos adquiriram hábitos burgueses. Já não se embebedam nas tascas, não!

Agora preferem as cervejarias da moda, como aquela em S.ª Tecla, ou as casas de francesinhas. As malgas esbeiçadas de tinto carrascão foram substituídas por canecas das marcas comerciais de cerveja que patrocinam a liga e os clubes. O chispe, a orelheira e a punheta de bacalhau foram substituídas por iguarias mais refinadas. As mulheres agora já não levam porrada, são vítimas inocentes de violência doméstica.

Mas a essência das coisas essa não muda: a paixão pela bola e o gosto pela pinga.

Miro bebedolas assumido

2 comentários:

  1. Muito bem, Miro bebedolas. Ficam sempre à porta. À porta do MM à espera que lhe comprem o terreno para a Academia do SC BRAGA. À porta do MÉLIA para impedir os sub empreiteiros de entrar e pedir o que lhes devem. À porta do aeroporto a aguardar as crianças da América Latina, julgando ter grande jogadores enquanto pagamos a "formação do Braga" com 440 000 euros anuais. À porta do estádio da luz, para negociar com Filipe Vieira as obras em Moçambique. À porta dos gabinetes de engenharia, para insultar os colaboradores e despedir sem qq mágoa. À porta do carro...pois não pode conduzir...sendo 3 vezes apanhado com execsso de velocidade e tendo ficado sem carta de condução!!! Que moral para apresentar "cidadania rodoviária! Vê-se mesmo que é mandado pelo Marketing...Resumindo: Tone Trolha, será sempre "trolha"

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