quarta-feira, 30 de maio de 2012

Braga - A polémica do ano do SC BRaga no www.superbraga.com. Duas opiniões diversas

Nota: Caro Jaimeh; achei interessante a sua Prosa.
jaimeh
Re:Qual o 1º símbolo do Braga o de 1914 ou 1921?

« Responder #9 Online: 28 de Maio de 2012, 01:23 »

Aquando do lançamento desse livro " A História da "bola" em Braga " , escreveu-se isto:

" Sporting Clube de Braga, 90 ou 97 anos de História?!
Há dias atrás, o Sporting Clube de Braga (SCB) comemorou oficialmente os noventa anos de existência, isto é, o aniversário formal da aprovação dos seus estatutos pelo Governo Civil. Porém, está hoje provado, que a colectividade mais representativa do desporto bracarense já praticava uns anos antes a natureza da sua principal actividade, o futebol, e incorporava outros protagonistas, para além daqueles que participaram no acto notarial. É certo que, ainda hoje, se pode questionar exactamente da data em que este foi fundado, mas há uma verdade que não pode ser escamoteada, a certeza do clube ter oficialmente comemorado a sua fundação a partir do ano de 1919, e isto, sublinhe-se, pelo menos, três vezes! (1934/35/36), conforme o atesta diversa documentação publicada e que está ao acesso de todos.
Todavia, e muito mais interessante do que discutir a oportunidade das comemorações, apraz-nos antes, e este é o motivo do nosso texto, apresentar e comentar o mais recente trabalho dado à estampa, para a História do desporto em Braga, “A HISTÓRIA DA ‘BOLA’ EM BRAGA – 1908-1947: como o jovem Sporting se tornou no respeitável Senhor de Braga”, dos autores, Evandro Lopes e João Nogueira Dias, associados a uma equipa mais alargada de colaboradores e apoiantes, que faz, desde logo esta edição num caso original e interessante de iniciativa no nosso município. Diga-se que são trabalhos como estes que perduram no tempo e fazem a História, já que os eventos de circunstância são apenas efémeros, desvanecendo-se rapidamente da recordação dos homens.
Saída da espontaneidade dos afectos votados às memórias da cidade, particularmente àquelas que se reportam às origens da prática desportiva em Braga, e à sua constante indagação, os autores deste trabalho presenteiam-nos com um notável, quanto útil, trabalho de pesquisa, que passa a constituir um contributo de divulgação inestimável, sobretudo, para o capítulo da História do desporto e do associativismo locais. O trabalho de investigação, que resulta de vários anos de recolhas e consultas, junta um abundante património iconográfico e fotográfico que associa a diversos fac-similes, particularmente, recortes de imprensa coeva (vid fototeca). Contudo, não se fica por aí, já que nele são compulsadas notícias sobre o advento de mais modalidades desportivas, como o boxe, o ciclismo, o atletismo, basquetebol e outras, ou ainda se nomeiam alguns dos principais actores dessas aventuras. Daí emergem também pequenas histórias de pioneirismo: como a aquisição da primeira bola e dos seus fados, enfim; os primeiros jogos e equipas; as rivalidades; contam-se até algumas das curiosidades hoje estranhas ao mundo do futebol.
Ainda assim, um dos interessantes contributos desta “História da Bola…” assenta igualmente no importante recurso dado aos documentos privados e aos acervos memoriais de família, gentilmente postos à disposição da investigação (um exemplo a seguir). Disso são prova as referências feitas a Celestino Lobo (1900-1974), esse incontornável dirigente do SCB (que nunca foi presidente!) e organizador do futebol minhoto (fundador da Associação de Futebol de Braga), sem o qual não é hoje possível compreender a história desta modalidade na cidade e região.
Neste livro reflecte-se também toda a preocupação exaustiva de reconstituir e de identificar os principais lugares da acção (recintos desportivos, as sedes, os locais dos acontecimentos, etc.), bem ainda, como de expor a dramaticidade emotiva das figuras, na divulgação dos nomes e dos rostos dos precursores do sport em Braga. Se é verdade que o ordenamento e estrutura da publicação revelam um processo em construção, que merece, em futuras edições ou no prosseguimento desejável dos trabalhos de investigação, a atribuição de uma maior importância à referência/identificação de fontes, estimulando assim o debate das questões que são apresentadas, os autores revelam grande rigor e honestidade intelectual no modo como foram incorporando as novidades com que se depararam. Tal é o exemplo do empolgante caso da referenciação do ano de 1914 como possibilidade de constituir uma nova data de fundação do Sporting Clube de Braga.
Os autores, tendo-se defrontado já na pós-produção da edição com a “descoberta” do anúncio dos corpos gerentes do “novo Club” – “Sporting Club de Braga”, no matutino “Echos do Minho”, de 16 de Setembro de 1914 (Terça-Feira), tiveram a probidade intelectual de o divulgar, independentemente das conveniências, assumindo tratar-se de uma proposta interessante de trabalho que vale a pena investigar e reflectir. Também nós assim o achamos.
Abriríamos aqui um parêntesis, sem mais delongas, comentando somente, e como alvitre para o enriquecimento do debate, que faz todo o sentido, por agora, começar a admitir a indexação da fundação do SCB a estes 13 cidadãos e ao ano de 1914 que agora nos é revelado. Desde logo porque então, a espontaneidade e a informalidade da prática desportiva nos seus primórdios estava desvinculada de qualquer regulamentação ou estruturação federativa, mesmo até, de normativização civil rígida ou específica. Os clubes viviam ao sabor do voluntarismo e da “carolice”, pelo que viriam a ser precisamente os clubes as primeiras estruturas associativas a dar consistência à organização da modalidade. Por outro lado, nesse mesmo período de afirmação republicana, a relação entre o desporto e a vida militar eram praticamente indeslindáveis, aliás, como o livro vem confirmar, pelo que a movimentação própria de um exército que se preparava para entrar em conflito armado, a incorporação/mobilidade dos jovens

tudo converge no sentido de poder ser identificada essa como a principal razão que justifica o hiato verificado na vida desportiva da cidade até ao final da década. Isto é, a rarefacção da vida social, sobretudo, juvenil, ficou, certamente, a dever-se tanto à participação de Portugal na I Grande Guerra, como, se pode acrescentar, aos efeitos nefastos da gripe pneumónica (1918), que também fustigou o país e a cidade. Por outro lado, não deixa de ser curioso que o nome do SCB, ao reaparecer em 1919 em simultâneo com o retomar da vida desportiva e lúdica em geral, no mínimo, poder-se-ia dizer, sugere a permanência de um referente, quiçá, a organização de uma II série do emblema bracarense, pelo que faz todo o sentido admitir uma continuidade conectiva entre ambas as denominações, tanto mais, que existiram outros clubes com diferentes nomes, e que depois da guerra e da devastação epidémica pura e simplesmente não reapareceram.
História é uma área do saber apaixonante que se inscreve nos domínios do conhecimento humano mais antigos e fundamentais que à humanidade é dado perscrutar e divulgar. Dela depende directamente o sentido de identidade de coesão de uma sociedade, como pode ser uma cidade. A História busca sempre a verdade dos factos, sendo que não deve sujeitar-se à conveniência das circunstâncias. O que determina o trajecto da investigação histórica é a rectidão, a humildade das hipóteses e o permanente questionamento dos factos circunstancialmente verdadeiros.
O caso da indagação da idade do Sporting Clube de Braga pode bem ser um exemplo didáctico do modo como olhamos os tempos que vivemos. Ela será o pretexto e, simultaneamente, o testemunho de uma busca pela verdade e rectidão dos factos que vale a pena investir. Isto é, o que distingue a História das circunstâncias, aquilo que é passageiro e o que daqui a uns anos já ninguém se irá lembrar, da verdade que, pode demorar algo, mas que, passe o tempo que passar, virá sempre ao de cima.
A História de uma instituição representativa de uma cidade como é o Sporting Clube de Braga não é propriedade de ninguém, muito menos de uma geração, mesmo até somente dos seus associados ou dos seus dirigentes de circunstância, sendo que o valor identitário de um clube como o SCB, está precisamente no modo como se estabelece a ligação entre o rasto das suas diversas memórias e dos seus afectos, com uma visão de futuro. E umas não existem sem as outras. O que faz prorrogar e ampliar a grandeza das instituições não são os meros resultados do momento, mas sim o consenso que une e identifica todos aqueles que ajudaram a construir o seu projecto. Um clube, ou o quer que seja, sem memória, ou que não saiba fazer ou cuidar do seu passado, adivinha-se que não tem grande futuro. Muitas vezes a verdade pode ser desoportuna ou incómoda, mas reaparece sempre vibrante, por mais que a queiram negar ou ignorar. Essa é uma das missões da História. Esse é o contributo que o presente livro dá a essa busca. "

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Nota: Caro Adolfo; sitas o CRC, sabes de que ano é a sua aprovação? Se não, tem cuidado, que os herois que fundaram  o clube em 1914 não estavam sob a jurisdição do "teu" CRC

De Um Tal Reis
Para melhor esclarecer o raciocinio, nada melhor do que o Código do Registo Comercial e das sociedades.

Então é assim:
Para se criar uma sociedade, não basta juntar-se uns rapazes, abrir uma casa e vender umas coisas, pois não?

Podes fazer isso, mas LEGALMENTE, essa sociedade NÃO EXISTE. Pois nem sequer podes receber nem passar recibos em nome dessa sociedade, pois não?
Mas essa actividade já existe, certo? Mas não LEGALMENTE.
Só depois de essa sociedade pedir o n.º de pessoa colectiva e num espaço de dias requerer a escritura ou empresa na hora, é que ela fica LEGALMENTE a funcionar.
Ou seja, só a partir da ESCRITURA (ou empresa na hora) é que ela fica RECONHECIDA para e no estado português da sua existência, nada do que anteriormente se passou interessa.
Mas a minha conversa continua no mesmo... LEGALMENTE RECONHECIDA...
Nota final: O emblema acima não se sabe se é de 14 ou 21, mas é seguramente de 1924. Quem o confirma é o Celestino Lobo documentalmente,e é vermelho e branco. Aquele do Verde e Branco o Barros Pereira que o explique à maneira dele: "consta que".

1 comentário:

  1. nunca vi nenhum jornal da época utilizar o verde ainda para mais numa imagem porque nao era possivel devido à tipografia, logo a cor dessa imagem nao é fidedigna em relaçao à cor real do emblema! o 1º emblema do Braga sempre foi verde e branco.

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