quinta-feira, 12 de julho de 2012

Braga - despacho de leitor


Trova da Pensão que passa
Adaptação de poema do tristemente Alegre poeta.

Que agora se diz JUSTO e parece que solitário.

Vejam como se aplica bem àquilo que em tempos de "grandes ideais", então escreveu.
Pergunto ao povo que passa

noticias do meu vencimento

e o povo cala a desgraça

pois não tem conhecimento

Pergunto aos rios que levam

Tantas pensões à flor da água

e os rios não me sonegam

a minha pensão sem mágoa



Há quem a queira ignorada

e nem eu lhe sabia o nome

Era Emissora..... certificada

por quem quis que eu a tome



E o vento não me diz nada

Só o silêncio persiste

Nesta minha pátria parada

à beira de um povo triste



Ninguém diz nada ao povo

Se noticias vou pedindo

De mãos vazias de novo

vi minha pátria falindo



Mas há sempre uma cadeia

dentro da própria desgraça

Pois há sempre alguém que semeia

Pensões no bolso que passa



Mesmo na noite mais triste

E já em tempo de servidão

Há sempre alguém que insiste

em reprovar esta pensão



Foi ganha com esforço sério

e com grande dedicação

Em três meses de trabalho etéreo

e alguns de quotização



São assim estas personagens que vivem de ideais traídos, quem de novo enche as estradas do País com slogans sem sentido e sem poesia.

JUSTO não rima com nada.

A vergonha é um sentimento ou um direito?

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