Chegará o dia em que a Europa, por força
dos políticos patriotas, porá fim à política criminosa de socorro europeu de
bancos falidos à custa dos contribuintes dos países mais pobres. Deixará de ser
válido o argumento falso de que o Tratado sobre o Funcionamento da União
Europeia proíbe o empréstimo indireto do Banco Central Europeu, via bancos
públicos (ex. Caixa Geral de Depósitos), aos Estados a uma taxa de juro
suportável (por exemplo, 1%).
É insuportável o esgotamento financeiro dos
povos mais pobres que são forçados a suportar margens de juro absurdas para que
os bancos alemães e de outros países ricos sejam pagos dos créditos contraídos
junto deles pelos bancos privados e Estados dos países mais pobres.
Explico. O Banco Central Europeu empresta dinheiro a 1% (já não o
habitual overnight de cedência de liquidez aos bancos privados, mas a três
anos!) aos bancos portugueses, espanhóis, gregos, irlandeses e outros, mais ou
menos falidos. Com esse dinheiro estes bancos compram títulos de dívida dos
Estados pobres, cobrando juros exorbitantes. Quem fica com a margem? Os bancos
privados destes países. Para quê? Para pagarem o crédito contraído por estes
junto da banca alemã e de outros países ricos. Quem ganha, além destes bancos
dos países pobres? Os bancos alemães e de outros países ricos que, de outro modo
teriam que registar o prejuízo de não receberem o dinheiro que emprestaram e a
própria federação alemã e outros Estados ricos que não têm de socorrer os bancos
locais. E quem suporta a margem de lucro que os bancos europeus, uns e outros,
encaixam? Os contribuintes portugueses e de outros países pobres. E a massa
monetária- e o risco de inflação correspondente - não aumenta com os empréstimos
do Banco Central Europeu, à banca privada? Sim: a inflação não é como
colesterol: má com os empréstimos aos Estados, boa com os empréstimos aos bancos
privados. Então, por que corre a Alemanha, e outros países ricos, esse risco?
Porque melhoram a solvência dos bancos alemães e de outros países ricos, não
tendo de os socorrer com dinheiro dos seus contribuintes. Quem deve custear a
solvência dos bancos alemães? Paguem-na duplamente os contribuintes portugueses
- através das prestações das suas hipotecas e através da margem cobrada aos
Estados pobres pelos bancos nos empréstimos com spreads
exorbitantes!...
Dirão os frequentadores deste refúgio: «então por que
motivo os governantes portugueses não denunciam este facto e não lutam contra
ele, juntamente com outros países na mesma situação?» Porque assim também
protegem os seus bancos falidos, com o alibi da teoria política da prioridade da
proteção da banca privada sobre a solvência dos cidadãos. Na verdade, assim
socorrem-se os bancos privados todos: os dos países pobres que recebem garrafas
de oxigénio que os mantém, moribundos mas vivos; e os dos países ricos que
continuam a receber o serviço do crédito que concederam aos bancos e Estados dos
países mais pobres. Quase todos ficam felizes: os bancos e os políticos
promíscuos com os seus interesses. Quem se lixa é o mexilhão do contribuinte
português...
É insuportável o esgotamento financeiro dos povos mais pobres que são forçados a suportar margens de juro absurdas para que os bancos alemães e de outros países ricos sejam pagos dos créditos contraídos junto deles pelos bancos privados e Estados dos países mais pobres.
Explico. O Banco Central Europeu empresta dinheiro a 1% (já não o habitual overnight de cedência de liquidez aos bancos privados, mas a três anos!) aos bancos portugueses, espanhóis, gregos, irlandeses e outros, mais ou menos falidos. Com esse dinheiro estes bancos compram títulos de dívida dos Estados pobres, cobrando juros exorbitantes. Quem fica com a margem? Os bancos privados destes países. Para quê? Para pagarem o crédito contraído por estes junto da banca alemã e de outros países ricos. Quem ganha, além destes bancos dos países pobres? Os bancos alemães e de outros países ricos que, de outro modo teriam que registar o prejuízo de não receberem o dinheiro que emprestaram e a própria federação alemã e outros Estados ricos que não têm de socorrer os bancos locais. E quem suporta a margem de lucro que os bancos europeus, uns e outros, encaixam? Os contribuintes portugueses e de outros países pobres. E a massa monetária- e o risco de inflação correspondente - não aumenta com os empréstimos do Banco Central Europeu, à banca privada? Sim: a inflação não é como colesterol: má com os empréstimos aos Estados, boa com os empréstimos aos bancos privados. Então, por que corre a Alemanha, e outros países ricos, esse risco? Porque melhoram a solvência dos bancos alemães e de outros países ricos, não tendo de os socorrer com dinheiro dos seus contribuintes. Quem deve custear a solvência dos bancos alemães? Paguem-na duplamente os contribuintes portugueses - através das prestações das suas hipotecas e através da margem cobrada aos Estados pobres pelos bancos nos empréstimos com spreads exorbitantes!...
Dirão os frequentadores deste refúgio: «então por que motivo os governantes portugueses não denunciam este facto e não lutam contra ele, juntamente com outros países na mesma situação?» Porque assim também protegem os seus bancos falidos, com o alibi da teoria política da prioridade da proteção da banca privada sobre a solvência dos cidadãos. Na verdade, assim socorrem-se os bancos privados todos: os dos países pobres que recebem garrafas de oxigénio que os mantém, moribundos mas vivos; e os dos países ricos que continuam a receber o serviço do crédito que concederam aos bancos e Estados dos países mais pobres. Quase todos ficam felizes: os bancos e os políticos promíscuos com os seus interesses. Quem se lixa é o mexilhão do contribuinte português...